Granuloma Não Caseoso |
Sarcoidose
(Doença de Besnier-Boeck-Schaumann) é uma doença inflamatória crônica de causa
desconhecida.É caracterizada pela infiltração de Granulomas não caseosos em
diversos órgãos (principalmente Pulmão) causando desarranjos teciduais.Outros órgãos
afetados são Pele, olhos, linfonodos e fígado.
Epidemiologia
Acontece no
mundo inteiro , porém acomete mais populações nórdicas (motivo desconhecido).
A maioria
dos casos é esporádico, porém em 5% dos casos se vê relato de outros casos na família
(Sarcoidose familiar).
As mulheres
são mais acometidas que os homens (2:1).
1º Pico de incidência
= 25-35 anos 2º Pico = 45-65 . Doença
Rara em crianças e adolescentes.
É menos frequente
em fumantes.
Os negros
tem a forma pulmonar e cutânea mais grave que os brancos e Japoneses tem mais a
sarcoidose ocular e cardíaca que o resto da população.
Etiologia = Desconhecida. Reação Imunológica
Anômala
Aumento de
casos em indivíduos que participaram do resgate no 11 de Setembro = Ambiental?
Patologia
A Sarcoidose
compromete os tecidos pelo fato dos granulomas alterarem suas arquitetura:
Pele e
Linfonodos = Lesões estéticas
Pulmão =
Fibrose Pulmonar
Olhos =
Cegueira
Observação 01:
Depois do
processo de agressão tecidual os granulomas podem levar a fibrose (processo
crônico, dessa forma alterando a arquitetura tecidual) ou simplesmente o local
pode se regenerar sem deixar sequelas...
Observação 02:
Na Sida em
estágio avançado quando o Linfocitos T CD4 + caem a doença regride espontaneamente,
porém quando se inicia a terapia anti-retroviral (Aumento de CD4) a doença
retorna (Sindrome da Reconstiruição Imune – Veremos depois em Futuras
postagens).
Observação 03:
Em pacientes
com sarcoidose que são infectados pelo Virus da Hepatite C não se deve fazer
tratamento com Interferon – Alfa pois este estimularia a produção de granulomas
levando a piora da doença.
Observação 04:
Reação de
Kveim-Siltzbach = quando se injeta tecido homogeinezado de um portador de
sarcoidose em outro portador há uma reação levando 4-6 semanas pra se
desenvolver ,persistindo por vários meses (não é reação de Hipersensibiliadade
cutânea tardia pois esta ocorre em 72h). Porém esse teste é pouco utilizado na
prática pela falta de Kits no mercado.
Observação 05:
O Granuloma
Sacoidotico é idêntico (Morfo e Imunologicamente) ao de outras doenças
granulomatosas(1 -Micobacterioses ,incluindo TB. 2- Infecções Fungicas 3-
Neoplasias (Principalmente Linfoproliferativas
4 - Beriliose), por isso sendo necessário se exclui-las para o Dx correto!
QC.:
Forma Assintomática (1/3 dos pctes)
Achado
clássico é adenopatia Hilar Bilateral Simética.
Forma Aguda
Sintomas
Gerais: Febre, astenia e anorexia.
Sintomas
pulmonares (Tosse, dispneia e desconforto retroexternal vago)
Existem duas
Sindromes da Forma Aguda:
Sindrome de Loefgren à Mulheres Escandinavas ,irlandesas e porto-riquenhas)
Uveite
Eritema
Nodoso
Achados de adenopatia
Hilar Bilateral (e Paratraqueal)
Artrite periférica
aguda ou poliartalgia
Sindrome de Heerfordt-Waldenstrom
Febre
Aumento de
parótida
Uveite
posterior
Paralisia do
Facial
Forma crônica
Mais associada
a queixas respiratória e menos a sintomas gerais. Produz lesão permanente em
Pulmões e outros órgãos afetados.
Orgãos Lesados:
Pulmão(90% dos casos)
Rx Simples
ou TC de tórax
Lesão de
Pneumonia intersticial c/ adenopatia Hilar Bilateral
Principais
Sintomas: Dispnéia, tosse seca e desconforto retroexternal
Pctes com
Fibrose pulmonar avançada à Pneumotorax à Dispnéia aguda
2/3 dos
pctes apresentação critérios de Pneumonia restritiva(Vol. Pulmonares reduzidos)
e até metade aprenseta critérios de diturbio obstrutivo (VEF1/CVF reduzida).
5% dos casos
tem pleura afetada. 5% casos tem Hipertensão pulmonar.
Pele (1/3 dos casos)
Eritema
nodoso
Erupções
maculopapulosas
Discromias
Nódulos
Subcutâneos
Lupus Pérnio
(+ Comum em Mulheres indica risco maior de D. Crônica e acometimento
extratorácico)
Podem
acometer cicatrizes cirúrgicas antigas.
Olhos (25% dos Pctes) Maioria tem
uveíte anterior.
Medula óssea (Em 40% dos casos há infiltração
mas, só causa discreta Linfopenia)
Fígado (Afetado em até 50% dos casos
20-30% desses causam alteração em hepatograma e
aumento da Fosfatase alcalina)
Rins (Raro, pode causar Hipercalcemia
, pois granulomas produzem Vit.D Ativa à
Nefrocalcinose e /ou Nefrolitíase de repetição)
Sistema Nervoso ( 10% casos. Afeta
VII par. Pode causar Meningite Linfocítica (DDx com Meningite por BK
Coração ( 25% tem infiltrados , só 5%
com sintomas à + em Japoneses (25%))
Lesões Ósseas
Osteoporose
ou cistos em Metacarpos, Metatarsos ou falanges
Poliatrite
de Grandes Articulações(Algumas vezes migratória)
A gota pode
complicar a sarcoidose.
Estágios da Sarcoidose
- Estágio 0 =Sem Achados
- Estágio 1 =Adenopatia Hilar sem infiltrados no parênquima
- Estágio 2 =Adenopatia Hilar com infiltrados no parênquima
- Estágio 3 =Infiltrado parenquimatoso na ausência de adenopatia Hilar
- Estágio 4 = Fibrose Pulmonar (“faveolamento”)
Estágio 01 |
Estágio 2 |
Estágio 3 |
LAB:
Linfopenia
Hipercalcemia(10-13%
pctes)
Hipercalciúria
(1/3 Pctes)
Fosfatase
Alcalina Alta
ECA Alta
(Pode almentar em outras doenças como TB, Silicose, Leucemias ...)
Dx.: Clinica + Rx Torax Típico + Biópsia
com Granulomas não caseosos
Biópsia = Transbronquica . (A
biopisia do eritema nodoso, hepática e de linfondos é inespecífica!)
TTo:
Existem poucos
estudos confiáveis sobre as indicações tratamento ideal. A maioria dos
pacientes (> 75%) exigem apenas tratamento sintomático (medicamentos
anti-inflamatórios = AINES). Aproximadamente 10% dos pacientes precisam de
tratamento para a doença extrapulmonar, enquanto 15% dos pacientes necessitam
de tratamento para a doença pulmonar persistente.
CCx (Corticóides)
Assintomáticos
– Considerar tratamento em alguns casos
Estágio 1 –
Devem ser observados sem tratamento
Estágio 2 –
Sintomático = Tratar
Estágio 3 - Sempre Tratado
Estágio 04-
CCx pouca ação, pode ser tentado em alguns casos.
Para sarcoidose extrapulmonar envolvendo órgãos críticos ( coração,
o fígado, os olhos, rins, sistema nervoso central) CCx é indicado. Os
corticosteróides tópicos são eficazes para a doença ocular. Para a doença pulmonar,
prednisona é geralmente administrada diariamente e, em seguida, reduzida ao
longo de um curso de 6 meses. Doses elevadas de corticosteróides inalados pode
ser uma opção, particularmente em pacientes com doença endobrônquica.
Indicação de outros agentes Não-CCx:
Resistencia
aos CCx, Efeitos colaterais graves ou desejo do pcte de não tomar.
Pode se usar
nesses casos:
Metotexato, Clorambucil, Ciclosporina
Cloroquina e hidroxicloroquina têm sido utilizados para lesões cutâneas,
hipercalcemia, sarcoidose, neurológicas e lesões ósseas
Infliximab parece ser um tratamento eficaz para
pacientes com manifestações sistêmicas como lúpus pérnio, uveíte, sarcoidose
hepática e neurosarcoidosis
Tetraciclinas têm se mostrado promissor para o
tratamento da sarcoidose cutânea .
Transplante de órgãos
Transplante de Pulmão
Indicações:
Capacidade
vital forçada abaixo de 50% do previsto
O volume
expiratório forçado em um segundo abaixo de 40% do previsto
O
transplante de outros órgãos (cardíaco e Hepático) também podem ser feitos
porém é importante saber que todos os órgãos transplantados podem ter a ocorrência da doença, mesmo no uso de imunoterapia Efetiva
Acompanhamento:
Monitorar a
função pulmonar e RX Tórax a cada 6-12
meses.
Avaliar para
progressão ou resolução.
Determinar
se os órgãos não envolvidos anteriormente tornaram-se afetados.
Tabela de Prognóstico Retirada do Medscape.com CXR = Rx de Tórax |
10 Pontos Importantes Sobre Sarcoidose:
1- Causa Desconhecida
2-Granulomas Não Caseosos
3-Pulmão é o Órgão Mais afetado
4- Mais comum em Mulheres
5-Principais Sintomas: Dispnéia, tosse seca e desconforto retroexternal
6- Formas Agudas = Sindrome de Loefgren e Sindrome de Heerfordt-Waldenstrom
7-ECA e F. Alcalina Alta. + (Hiper) Calcemia/Calciúria + Linfopenia
8-Dx.: Clinica + Rx Torax Típico + Biópsia com Granulomas não caseosos
9- Corticóide + AINES
10 - Transplante em alguns casos
FONTES:
Medscape.com (Imagens e Material de Consulta)
Goldman L, Ausiello D. Cecil: Tratado de Medicina Interna. 22ªEdição. Rio de Janeiro:ELSEVIER, 2005.
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